06 julho 2017

"Não há lugar para parasitas na Polônia", diz vocalista do THUNDERWAR, sobre imigrantes muçulmanos

Por Julio Feriato / Fotos: divulgação


O nome Thunderwar inicialmente nos remete à bandas de Power Metal, mas não se deixe enganar: o que esses poloneses querem mesmo é tocar o mais puro e rápido Death Metal. Tá certo que nem tão puro assim, já que desde o EP “The Birth of Thunder” (2013), o grupo formado por Kamil “Madness” Mandes (Vocal/Baixo), Witold Ustapiuk (Guitarra), Maciej “Olszak” Olszewski (Guitarra) e Vit Argasiński (Bateria) tem preferência em dosar a agressividade característica do Death Metal com riffs melódicos, bem na linha das bandas escandinavas.

Essa característica ficou ainda mais latente em seu mais recente trabalho, o poderoso “Black Storm“, lançado em dezembro de 2016.  “Nosso guitarrista, Witold Ustapiuk, deve ter vendido sua alma ao diabo e recebeu uma poderosa habilidade de criar uma suave receita que mistura Death Metal escandinavo e americano”, brinca Kamil “Madness” Mandes, vocalista e baixista do Thunderwar. Junte isso ao seu timbre vocal que lembra nomes como John Tardy (Obituary), Chuck Schuldiner (Death) e Martin Van Drunen (Asphyx) e teremos uma obra musical bem diferente do que geralmente costuma vir das terras polonesas.

Recentemente tive uma conversa com Mandes para falar sobre o novo disco e algumas respostas me surpreenderam de uma forma não positiva. Em certos momentos ele pareceu um pouco conservador, principalmente quando abordei sobre os imigrantes que fogem da guerra para a Europa, entre outras coisas. Tá curioso? Então leia.


Heavy Nation – No que o Thunderwar difere das outras bandas na Polônia?
Kamil “Madness” Mandes – Eu digo que a Polônia não tem outra banda de metal que consiste em pessoas tão bonitas, inteligentes e bem educadas, como nós. Isso nos distingue. Todos os artistas poloneses são alcoólatras e hedonistas degenerados. Nossos pais nos forneceram valores familiares, amor pelo nosso país e respeito pelos idosos.

Comparado ao EP “The Birth of Thunder” (2013), “Black Storm” apresenta músicas com riffs mais trabalhados e melódicos. Esta será uma tendência cada vez mais forte nos próximos álbuns?
Posso compartilhar um pequeno segredo: nosso próximo álbum será muito mais espontâneo, refrigerado e com uma enorme dose de rock and roll. Nós provavelmente reduziremos as melodias, mas definitivamente não vamos renunciar a elas.

Eu vi muitas pessoas dizendo que Thunderwar seria uma mistura entre Dissection com vocais semelhantes a bandas como Asphyx e Death. O que você acha desse tipo de comparação?
Isso é muito lisonjeiro! Adoramos essas bandas e estamos felizes pelo fato de nossa música trazê-las à sua mente. Obrigado a todos os headbangers brasileiros que acham isso! Nós amamos vocês e suas lindas senhoras! (N. do redator: só lembrando que muitas ‘lindas senhoras’ também são headbangers, viu Mandes?)


As bandas polonesas mais populares do Brasil são Behemoth, Vader e Decapitated. Qual é a sua opinião sobre elas?
Acho que o Vader é a essência do Death Metal polonês e adoro todos os seus discos. Sobre Behemoth, eu gosto do último álbum “The Satanist”. Decapitated também é legal, eles têm esse groove agradável agora. No entanto, das três mencionadas, Decapitated é a que menos ouço. Mas concordo que elas são nossa impiedosa trindade e tenho orgulho por representarem o nosso país.

O público polonês apoia as bandas locais ou têm o costume de valorizar primeiro o que vem de fora?
Eles preferem apoiar e ir aos eventos. Aqui na Polônia as pessoas do metal geralmente se conhecem e consideramos que os shows são uma oportunidade de conhecer gente e fazer um pogo com alguma música boa e agressiva. Há, claro, shows em que a frequência é pobre, mas acho que isso não acontece apenas na Polônia. No entanto, na maioria das vezes um fã de metal polonês é um fanático e um cultista que vive e respira metal. Eu sou um louco desse tipo, e, porra, me sinto bem assim!

O que você sabe sobre a cena brasileira?
Gosto muito de Sarcófago, Krisiun e Sepultura, mas não sou um especialista sobre sua cena. Sei que o Brasil é um enorme império da Death Metal e que seu underground é vasto e bem respeitado. Eu realmente gostaria de abandonar minhas terras do norte gelado e visitar seu reino exótico, pelo menos por alguns dias. Espero que isso aconteça um dia!

Bom, então vou te mostrar 5 bandas brasileiras pra você conhecer. Peço que as ouça e depois me diga suas impressões.
Ok, vamos lá!

DESDOMINUS – “Sacred Scrolls of Holy Lies”

Bela introdução… As melodias me dizem que os músicos são pessoas sensíveis, artistas que você conhece… Mas putz, essa voz realmente não é sensível! Eu diria que parece um Gremlin bravo no microfone. (risos) Em geral, é OK, mas tem muitas melodias. Prefiro a velha escola. Próxima!

NERVOSA – “Hostages”

Conheço essa banda muito bem. Eu assisti ao show delas no Brutal Assault, na República Tcheca e fiquei encantado! É um Thrash Metal muito agradável, do jeito que eu gosto. Geralmente não há muitas mulheres em bandas de metal, mas quando elas se juntam podem mostrar seus dentes! Aliás, a vocalista Fernanda é extremamente hot em suas calças legging!

VALHALLA – “Evil Fills Me” (Live)

O nome me diz que vai ser algo bom. Oh merda, são garotas, assim como Nervosa! São as reais Valkirias, sem brincadeira! É difícil ver bateristas que também são vocalistas e esta é uma linda mulher! Fiquei admirado com sua grande habilidade de tocar e a capacidade de ‘rosnar’ ao mesmo tempo! O gutural dela é melhor do que muitos homens… Eu definitivamente não gostaria de discutir com ela. (risos) Death Metal maravilhoso, eu gostei muito! É um golpe musical impressionante e visualmente é ainda melhor!

AUTOPSE – “Better off Dead”

Thrash Metal com riffs simples, cozinha áspera… Eu gosto disso. E, novamente, uma garota cheia de graça e emoção no vocal. Isso me acalma. Parece que as mulheres estão indo muito bem em sua cena musical! Fiquei curioso e ouvi outras músicas desta banda, fiquei impressionado. Esta música é muito boa, intransigente, agressiva e sinistra! Eles tem o poder, continuem assim!

WARSHIPPER – “And the Darkness Calls”

Tive sentimentos mistos sobre esta banda. O som é ‘ok’, mas sendo honesto não vi nada de especial. Por um lado, tudo parece bem e no lugar certo, mas, por outro lado, falta algo que realmente chame minha atenção. O vocal soa um pouco como Jon Nodtveidt (Dissection).

Como os poloneses estão a ver a crescente imigração de muçulmanos para a Europa por causa da guerra na Síria?
Minha opinião aqui é rigorosa e clara: não devemos deixar os muçulmanos na Europa porque eles querem nos superar culturalmente, sem mencionar o fato de que entre os refugiados pode haver terroristas. E há uma ameaça muito maior, a islamização.

Basta dar uma olhada em países onde foi isso longe demais: estupros, assaltos, ataques terroristas. Felizmente, a Polônia não tem esses problemas e isso é porque nossa nação é intolerante, conservadora e tem espírito de luta, excelentes características para nossos tempos.

É claro que não estou dizendo que não há pessoas entre os refugiados que estão realmente fugindo da guerra, mas encaremos os fatos, a maioria são homens jovens, sem educação ou ambições que procuram apenas ‘dobras’ europeias. Não há lugar para parasitas aqui, especialmente se eles estão frustrados e perigosos. 

Felizmente, à parte do ambiente “multicultural”, a maioria dos poloneses é fortemente contra os imigrantes, o que é bom. Devemos derrubar mesquitas e deportar todos os islâmicos ortodoxos!

Quais são os planos para o futuro?
Bem, estamos trabalhando em nossa fama e riqueza! (risos) Mas, sério, não sei, não sou bom em planejamentos. Prefiro agir espontaneamente e com inspiração.